sexta-feira, 15 de maio de 2015

Comércio varejista tem pior primeiro trimestre dos últimos 12 anos

SETE DOS DEZ SETORES PESQUISADOS PELO IBGE VENDERAM MENOS. VENDAS DE MÓVEIS E ELETRODOMÉSTICOS CAÍRAM 6,7% EM RELAÇÃO A 2014.
O comércio varejista teve o pior primeiro trimestre dos últimos 12 anos. Sete dos dez setores pesquisados pelo IBGE venderam menos. A piora do emprego, da renda e o acesso mais difícil ao crédito afetaram setores importantes, como o de supermercados.
E um outro segmento, que foi símbolo da explosão do consumo na última década, agora sente o impacto da queda do poder de compra dos brasileiros.
Lojas vazias à espera de clientes que não chegam. Vendedores de braços cruzados. André Rangel até gostou do som, mas achou que não era a hora de comprometer o orçamento. “Não sei se é muito caro ou se eu estou ganhando pouco. Tem que pensar legal, porque tem muitas contas. As contas mais interessantes são mais importantes: os filhos, alimento, aluguel”, diz o montador do setor de petróleo.
Nos primeiros três meses do ano, as vendas de móveis e eletrodomésticos caíram 6,7%, na comparação com o mesmo período do ano passado. É o primeiro resultado negativo desde o primeiro trimestre de 2003.
O economista Fábio Bentes diz que a época de juros baixos, produção em alta e de crescimento do emprego e da renda desapareceu. Os incentivos fiscais da chamada linha branca foram cortados e a crise abalou a confiança de empresários e consumidores. “Esse modelo se esgotou. Aumento da energia elétrica, aumento do transporte público, dos combustíveis, de certa forma, roubaram esse potencial de consumo desse tipo de produto”, diz o especialista.
Em uma das ruas mais movimentadas do Centro do Rio, em uma loja de eletrodomésticos, tem geladeira, fogão e máquina de lavar com descontos de até 30%, mas essas promoções não têm sido suficientes para atrair os consumidores. Algumas pessoas entram, mas não fecham negócio. A maioria fica só na calçada mesmo. E até o produto oferecido como "imperdível" encalha. Só compra quem realmente precisa.

“Como todo bom brasileiro, paro um pouco, em época de crise, vamos ver. Isso não é essencial, não está fazendo falta, a gente espera sempre mais um pouco”, conta o militar da reserva Jonas Esperança. 

Fonte: G1

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